Autor: Marcos Maluly
Ilustração: Autor desconhecido
Ainda escuro o velho lampião dependurado.
Iluminando o silêncio de nossa tapera,
Armadas nossas redes de estampas amarela,
E o rio que murmura ao passar a ponte.
Ainda escuro, escuto a canção d'aurora,
E o vento que tocava o som de um realejo,
Com os olhos fixos, tento vê mais não vejo,
O clarão do dia ao passar da hora.
Com meus olhos umedecidos, a madrugada,
Muitas vezes, muitas delas percorridas,
Carregando sonhos de um tempo marcado.
Brincando, os dias passam. É outro tempo,
Deuses tiranos caminham sobre lama viva,
E o jardim de minha infância, resta só lamento.


